sábado, 16 de fevereiro de 2008


"Sacerdotalis Caelibatos"
(delírios de um padre pedófilo)

Ai, tremores
Das aulas de eucaristia
Aquelas pernas brancas e lisas
Das crianças quase mocinhas.

Oh pai,
Elas não sabem o que fazem!

Me desconcentro
Aquelas lindas boquinhas
Recitando a Salve Rainha.

Oh Deus,
Elas terão o reino dos céus!

Vozes doces e angelicais
Ai minha santa boca
Entre as coxas.

Oh pai,
Perdoai-lhes!

Quando as coloco no colo
Há algo de divino
Entre as pernas.

Oh Deus,
Entrego a te
Estas almas heréticas
Devassas diabas.

Tristeza Minha



Sinto a tristeza abater-me
Maldito cristianismo
Por que me afliges?
Não te quero
Não mereço pena ou compaixão
Nunca mais comungarei
o auto-flagelo do romantismo
Martirizar-me pela vida
Nunca
Não carregarei a cruz dos tempos
Quero apenas uma tristeza singela
Que me conforte nos teus braços
Languidamente beije meus lábios
E que ao amanhecer
Saia à francesa
Assobiando baixinho
Um bom e velho blues.

Ofereço-te


A Lord Byron
Um enorme dedo à tua face
Não me olhe assim desiludido
Por tristezas que são suas , somente suas
Não me comove mais a tua decadência
Furarei teus olhos
Com os pregos de Cristo
Arrancarei tua língua
Com a faca de Jack
Rasgarei os seus versos
Como faria com a bíblia
Decretarei a tua morte
Com a vida.
Interfone


Não entendo,
Por que tens medo?

Mesmo com esmolas constantes
As orações intermináveis à noite
Devota fervorosa dos santos

Por que tens ...? Não entendo!

Conhece todas as linhas do secular livro
Esta nas missas se confessando
O dízimo sempre pagando

Medo ..., por quê?

— “É que eu tive um sonho!”

Ah sim,
Agora entendo.

sábado, 9 de fevereiro de 2008


"Hate"

É difícil traduzir o que sinto
Mãos em sangue
Respiro
Procuro vertigem
Exerço poder
Vontade
Sussurros divinos
É fácil matar
Sinto-me Deus
Mãos em sangue
Respiro.

Cafeína Meu Amor


Ora,
Ainda acordado
Insone
Me devoraste como um louco
Como se sente
Imortal?
Ainda lembra do meu gosto
Quer mais um pouco
Vamos
Além dos fantasmas
Sou a única coisa que te resta
Vamos
Isso
Não tenha medo
Vamos, como um louco
Sinta-me
Isso
Deixe-me te possuir
Pronto
Agora durma...

Ora,
Ainda acordado
...




Escarro Burguês

Porque diz que te desprezo
Se me conforta a sua existência
Da tua diversão
O vinho mais caro
Do teu descanso
Charuto cubano
Do teu prazer
Mulheres aos montes
Do meu escarro
A tua alma.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Mais Uma Dose Para Minha Alma



Me sinto feliz alto
Pois exala minha alma para o mundo
Esperando por mais um trago
Ela vai em direção às rotinas
Aquelas que ainda suporto.

Transpira minha boca amarga
Sinto as mãos trêmulas e descontroladas
Mal estar nas veias e artérias
O corpo clama por tranqüilidade
Surge a necessidade de arrependimento e descanso.

Busco por minha alma sóbria e racional
Grito desesperadamente por ela
E depois de várias tentativas
Ela vem até a minha presença
E ansiosamente tranqüila, fala aos meus sentidos :
— Me sinto feliz Álcool !!!

"Run Rabbit Run"

Nos encontramos
nos funerais
Saudosa vida
Como estais ?
Levante-se, continuemos
Venha, vamos, dei-me um beijo.

Estais com pressa imortal ?
Suspiro
Aonde vais coelho ?
Silêncio
Para onde vou ?
Medo.


Bons Dias

Os bons dias estão chegando
Vocês não sentem o cheiro que predomina o ar
O cheiro de gênese
Esta chegando o dia da purificação
Veremos com nossos verdadeiros olhos
Formas belas virão ao nosso encontro
Seremos os sentidos, seremos energia
Livres, puramente livres da paranóia existencial
O êxtase nos espera como vida, vinho ,como o melhor fumo
[ a ser tragado, a ser abstraído.

Os bons dias chegaram
E não sinto nada
Como se esperasse algo, como se não estivesse preparado
O medo toma conta de mim
Agora é escuridão, plena e profunda
Escuto cânticos e lamentos, acho que seriam rezas e orações
Amém, teria sido a última palavra
Adeus, teria sido o último lamento
Estarei morto em algum funeral sórdido
Não sei! Só lembro que adormeci
E ao acordar, chorando, estou em meio a pessoas vestidas de
[ branco
E alguém ao lado fala:
— Mas que belo menino, que garoto saudável!
— Prenúncio de bons dias pela frente!
E o medo toma conta de mim.






Apresentamos para vocês os poemas escritos pelo gerenciador deste blog, que fizeram parte do livro:





"Os Dezlírios de uma Vida Anunciada"

(janeiro/2006)




Rodrigo Silva